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Conheça Patos de Minas: a capital nacional do milho

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Você provavelmente já deve ter visto aqui no blog que e que no dia 11 de março, é comemorado o dia da pipoca e que a cidade de Belo Horizonte é conhecida como a capital da pipoca.

Mas você sabia que a cidade de Patos de Minas (MG) é conhecida como a cidade do milho?

Conheça um pouco mais da tradição, cultura e história desta grande cidade no artigo produzido por Karina Marliete, da revista Milho Cultura. Confira!


Patos de Minas: terra do milho e da diversidade cultural

Além de ser a Capital Nacional do Milho, a cidade é famosa por suas festas e festivais culturais.

Em 24 de maio de 1892, era emancipada a cidade conhecida popularmente como “a terra do milho”, o grão que a faria famosa por está presente em sua culinária, tradições e no nome da principal festa da cidade: A Festa Nacional do Milho, com isso, Patos de Minas, ganhou o título de Capital Nacional do Milho.

A cidade é sede de várias festas e festivais que agitam os dias daqueles que gostam de curtir diferentes estilos musicais e buscam, através da arte e da música, mostrar o seu talento. Um desses festivais é o Festival Marreco, um evento que há 10 anos, incentiva a diversidade cultural e social, além de proporcionar diversão e entretenimento a população de diversas idades.

O Festival Marreco recebeu esse nome em referência ao nome da cidade “Patos” e é um movimento artístico/cultural, produzido pela Associação Peleja (Organização da Sociedade Civil, formada por músicos, ambientalistas e produtores). Tendo como finalidade promover a democratização e o desenvolvimento cultural, prezando pelo respeito, á diversidade, á pluralidade e ás diversas identidades culturais, o Marreco vem a cada edição ganhando mais espaço e credibilidade.

Esse movimento surgiu em 2008, como um festival de música alternativa, independente e de arte autoral. Através do Marreco, esses estilos que não tinham espaço na cidade, ganharam visibilidade e novos seguidores, proporcionando, assim, que novos talentos fossem descobertos e apreciados. A primeira edição aconteceu na Orla da Lagoa, um ambiente natural e rural ao mesmo tempo, com um grande fluxo de pessoas, por ser um local onde as pessoas fazem caminhada diariamente e por estar ao lado da rodoviária.

O segundo evento passou a acontecer no Parque Municipal do Mocambo, tornando-se a casa oficial do festival que, segundo o produtor e fundador do festival, Ciro Nunes, colaborou para que o parque tivesse um aumento de visitantes e fez com que aquela área voltasse a ser mais cuidada e preservada “o parque estava praticamente abandonado e com o festival acontecendo ali, vimos uma forma de resgatar aquele espaço, que é tão bonito e dessa forma, também estimular o contato com a natureza”, explicou Ciro.

O festival que acontece entre os meses de julho e agosto, tem duração de sete dias e devido a seu grande sucesso, já esta no calendário cultural da cidade, do estado e do Brasil. Sendo reconhecido e prestigiado na Rede Brasil de Festivais e Circuito Mineiro de Festivais Interdependentes.

Com o passar do tempo o evento foi tomando proporções maiores e como sua finalidade é abraçar todas as culturas, transformou-se, dessa forma, em uma plataforma democrática de interação simultânea. Proporcionando a população atrações como teatro, oficinas, workshop e os famosos debates sobre os mais diversos temas, temas esses de grande importância para a sociedade e que ainda não tinham a oportunidade e o espaço para serem discutidos.

Por ser um festival aberto ao público, sem fins lucrativos, sua realização ocorre por meio da receita do bar do festival, alguns poucos patrocinadores e a principal verba que vem do governo municipal.

Mesmo por abraçar uma cultura alternativa, o festival cresce ano a ano, o que poderia ser algo para comemorar para o seu produtor/fundador, Ciro, porém com isso surgem as dificuldades para manter as despesas do evento, sendo as verbas públicas, de editais e patrocinadores, insuficientes, “esse ano de 2018, infelizmente a prefeitura, até o momento, não se posicionou se vai passar a verba para o Marreco e sem esse mínimo da prefeitura não conseguimos realizar o festival, porque só os recursos privados, e a receita do bar não são suficientes. As despesas são muito grandes”, comenta o produtor do Festival.

A Associação Peleja tem a esperança de conseguir realizar a 11° edição do Festival Marreco até o final do ano, pois acreditam que, este, é de grande importância cultural para Patos de Minas, por trazer um novo tipo de entretenimento e envolver um conteúdo artístico e diferenciado, sendo uma porta muito grande para os artistas autorais, o desenvolvimento da música, turismo e economia patense.

Outro evento de grande referência da cidade foi idealizado segundo a cultura agrícola da época, e mesmo com as mudanças na cadeia produtiva de grãos na cidade, a festa continua sendo tradição e sinônimo de desenvolvimento para a cidade. Para entender melhor sobre esses assuntos, vamos conhecer um pouco sobre a cultura do milho e da cidade.

Patos de Minas, segundo a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural – EMATER (2018) há 15 anos, deixou de ter o milho como seu principal produto agrícola, isso aconteceu por causa de mudanças que ocorreram na cadeia produtiva do grão durante os anos. Atualmente, a soja se tornou a queridinha dos agricultores, sendo a pioneira nas plantações, vendas e exportações. Por esse motivo, o milho acabou se tornando uma segunda cultura ou “segunda safra”, como é conhecida no setor agrícola.

A mudança na cultura justifica-se segundo a EMATER, á mudanças de plantio, há vinte anos, o milho era cultivado em quantidades maiores durante o ano, o que proporcionava uma maior quantidade do produto. Porém com o passar do tempo novos grãos começaram a ser intercaladas, nas mesmas terras que o cereal.
Mas isso não fez com que o grão deixasse de ser cultivado, apenas fez com que fosse dividido em período de cultivo e dessa forma seu destino comercial. A safra de verão, que acontece durante os meses de novembro á maio, possui uma maior escala de produção e todo o plantio é destinado para silagem e ração animal. Já a safra de inverno ou safrinha, é produzida em menor escala e o milho cultivado é todo destinado para a produção de grãos, dentro e fora da cidade.

Nos anos de 1950, houve uma forte evolução na agricultura no país, o que possibilitou a Patos de Minas a chance de se expandir economicamente. Naquele momento o município teve um importante marco de desenvolvimento e crescimento e isso só foi possível, devido ao aumento migratório para o município, que possibilitou as pessoas novas formas de trabalho, aumentando assim, a mão de obra na cidade e região.
Nesse período estava acontecendo a Revolução Verde (1950) e foi marcado por uma descoberta que iria mudar a forma de produção do milho nacionalmente e a cidade patense não ficou para trás. Nesse momento foi instalado na cidade, pelo agrônomo Antônio Secundino de São José, a base para o uso das primeiras sementes de milho híbrido do país, possibilitando, dessa forma, pela primeira vez, a produção em larga escala do cereal. O aumento na produção e cultivo do milho cresceu e se destacaram dos demais grãos cultivados na cidade e região, o que fortaleceu sua cultura e tradição.

A primeira festa que destacou o milho como o principal produto agrícola foi em 1956, e aconteceu no município de Bom Sucesso. A escolha do grão foi devida sua diversidade de combinações de pratos e sabores, na culinária e na grande opção de enfeites e cores, que proporcionava criatividade, sofisticação e diversidade de cores á decoração durante a festa.

A primeira Festa do Milho, sediada em Patos de Minas, só foi realizada em 1959, a qual tinha como objetivo propor um evento que movimentasse a cidade e também valorizasse a cultura do município. Como naquela época, a festa não prezava por lucros privados, a renda era totalmente destinada a instituições carentes da cidade.


Devido a seu grande sucesso, a festa, começou a ser prestigiada por um público cada vez maior, tornando-se tão importante e necessária, que foi criado um decreto no dia 17 de maio 1965, no qual a comemoração local se transformaria em Festa Nacional do Milho, mas somente em 2001, esse sonho se tornou realidade, segundo dados da Câmara Municipal de Patos de Minas (2017), apenas 36 anos mais tarde a lei foi criada, pelo então vereador Pedro Lucas Rodrigues, incluindo assim, oficialmente a festa no calendário do Brasil.

Com os anos muitas coisas mudaram na cidade e com ela a produção agrícola de grãos do município, o que trouxe novas culturas e conhecimento para Patos de Minas e região. Uma dessas mudanças transformou o cereal que deu fama e tradição á cidade, em uma segunda cultura, porém apesar da cidade não produzir uma grande quantidade de milho ela ainda carrega o título de Capital Nacional do Milho e é conhecida nacionalmente por sua grande Festa Nacional do Milho – FENAMILHO.

A FENAMILHO, no ano de 2018 completou 60 anos de história, um marco importante na tradição do município. A festa que acontece entre os meses de maio e junho, traz para a cidade novas formas de entretenimento e diversão, com shows para todos os gostos e idades, eleição e baile da rainha do milho, shows, exposições de gado, feira da pechincha, corrida do milho e o festival de pratos típicos. Mesmo acontecendo em uma das épocas mais frias do ano, isso não impede que os patenses e visitantes, se reúnam para apreciar o evento ao sabor da tradicional pamonha patense enquanto curtem a maior festa da cidade.

Como é comemorado o aniversário da cidade, no dia 24 de maio, este ficou conhecido como o Dia Nacional do Milho, em homenagem a Capital Nacional do Milho.

A FENAMILHO, a cada ano que passa ganha mais visibilidade e credibilidade, com isso, novos conceitos sobre a festa foram sendo criados, de acordo com a visão comercial de seus produtores. Com o tempo, deixou de ser uma festa totalmente beneficente e se tornou um evento com fins lucrativos e comerciais.
Em parte essa nova visão estratégica contribuiu para o crescimento da economia municipal, gerando mais empregos diretos e indiretos, durante a festa. Por outro lado, acarretou uma mudança na cultura da Festa do Milho e em algumas tradições que aconteciam durante o evento.

De acordo com o Presidente do Sindicato e Fundação Casa da Cultura do Milho, Elhon Cruvinel Borges, a FENAMILHO cresceu junto com o Sindicato e as mudanças que aconteceram não prejudicaram a festa, pois acreditam que a perpetuação da cultura durante a o evento é importante para a cidade e com isso busca continuar essa tradição anualmente “Algumas coisas precisaram ser revistas, no que diz respeito á forma como a festa era feita e á estrutura da festa dentro do parque. Antigamente tinha as feiras que aconteciam dentro do parque e apesar de se bem vista pelas pessoas que as frequentavam muitas vezes vendiam utensílios que acarretavam risco a segurança dos visitantes, por isso param de existir”, explica o presidente.

Questionado sobre alguns dos eventos tradicionais da festa que não aconteceram no ano de 2018, Elhon, defende que esses eventos são importantes e que não aconteceram por causa de contratempos “Alguns eventos tradicionais da festa, devido a problemas, não puderam acontecer esse ano, mas o ano que vem eles voltam acontecer. Acreditamos na importância da festa e suas tradições para a cidade e buscamos sempre realiza-las da melhor forma possível”, finaliza o presidente do sindicato.

Considerada a maior festa agropecuária de Minas Gerais, a Festa Nacional do Milho, contribui para o turismo, a cultura, a economia e comércio local, mas nem só de milho e músicas alternativas vivem os patenses, que buscam se atualizar e conhecer novos estilos musicais e formas de se inserir em novos grupos e culturas. Pensando nisso festas como a Beats Patos e September MotoFest, com conceitos e culturas totalmente diferentes ganham destaque nos outros meses do ano.

Principais eventos da Capita Nacional do Milho

September MotoFest – A festa que reúne motoqueiros e roqueiros em um só lugar acontece anualmente no mês de setembro e proporciona a cidade cinco dias cheios de rock in roll e aceleradas poderosas.

Beats Patos – A festa do recomeço e da música eletrônica, começa depois do ultimo dia da Semana Santa e agita a madrugada dos patenses, trazendo dj’s renomados tocando as mais conceituadas musicas eletrônicas do mundo.

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